O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico que afeta crianças, e muitas vezes persiste na vida adulta. É comumente associado à hiperatividade, que é caracterizada pela agitação motora e excesso de energia. No entanto, é importante distinguir entre hiperatividade como uma característica comportamental e o TDAH como um transtorno clínico.
Nos últimos anos, tem havido um aumento no diagnóstico do TDAH, o que pode ser atribuído a vários fatores, incluindo confusão entre os comportamentos normais da infância e os sintomas do transtorno, considerações sobre hábitos alimentares e desafios na adequação do ambiente escolar ao ritmo acelerado das crianças.
Os sintomas do TDAH englobam impulsividade, agitação motora, dificuldade de concentração e memória, falta de paciência e irritabilidade. Estes podem levar a consequências significativas, como dificuldades de aprendizagem, isolamento social e desafios na vida acadêmica e profissional.
O ritmo acelerado e a fluidez dos relacionamentos interferem na criação dos filhos, na qualidade de vida da família e na educação escolar. Com isso, pode-se dizer que as doenças e transtornos contemporâneos são respostas do ambiente, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
O que é a hiperatividade?
Este termo é usado popularmente para se referir ao TDAH, porém é preciso entender que há diferença entre os dois. A hiperatividade é uma característica de pessoas muito agitadas, repletas de energia, inquietas, enfim, muito ativas, de forma que nem sempre signifique um distúrbio.
O TDAH é a sigla que corresponde ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, caracterizado pela combinação da dificuldade de atenção e da agitação motora, por isso não pode ser confundido com apenas a hiperatividade.
Geralmente é observado em crianças, já que tem seu início nesta faixa etária, o que não significa o transtorno não possa perdurar na vida adulta.
Hiperdiagnóstico da hiperatividade
Nos últimos anos tem ocorrido um fenômeno de hiperdiagnóstico do TDAH, isto pode ser explicado por alguns motivos:
Confusão: é natural que criança tenha muito mais energia e disposição do que os adultos, porém muitos professores, pais e profissionais da saúde podem interpretar esta energia como um distúrbio, o que pode resultar no que se chama de profecia autorrealizadora, isto é, adultos se dirigem à criança como “terror”, “custosa”, “problema”, hiperativa, enfim, até que a mesma passa a ser aquilo de fato.
Alimentação: a questão da energia, novamente, deve ser observada e relacionada com os alimentos que a criança consome, neste ponto é interessante rever os hábitos e consultar um profissional da área (nutrólogo ou nutricionista).
Desinteresse: muitas escolas não acompanharam ainda o avanço e o ritmo acelerado como qual a criança está acostumada, é possível que a criança fique inquieta e desatenta procurando algo mais interessante, já que a atividade proposta não lhe interessa.
Devido a tanta possibilidade de equívoco, é preciso que o psicólogo considere todos estes aspectos supracitados e investigue outros fatores para que a conclusão final seja fidedigna, além disso, é indicada a verificação do comportamento hiperativo e desatento em mais de um ambiente (ex: escola, casa e rua).
Os sintomas do TDAH incluem:
- Impulsividade (agir sem pensar);
- Agitação motora (crianças: correm, levantam, sobem em lugares e adultos: “batucam”, mexem as pernas, mudam de posição, etc);
- Machucados e pequenos acidentes decorrentes;
- Dificuldade em manter a atenção, mudando o foco rapidamente;
- Falta de paciência;
- Irritabilidade com pessoas mais “lentas”;
- Dificuldade de ouvir pessoas concluírem suas falas;
- Dificuldade de finalizar atividades;
- Dificuldade de memória.
Causas e consequências da hiperatividade
As causas do TDAH são multifatoriais, envolvendo influências genéticas, ambientais e culturais, o que torna difícil a prevenção do transtorno.
As conseqüências, por sua vez, dizem respeito à dificuldade de aprendizagem, repetência escolar, isolamento social, dificuldade de ingressar na universidade, em realizar/finalizar tarefas domésticas ou atividades como assistir a um filme, dificuldade em manter-se ou crescer profissionalmente.
Tratamento da hiperatividade
O tratamento é feito basicamente por meio da psicoterapia, seja ela presencial ou por atendimento online, esta última opção é interessante para pessoas com TDAH por oferecer mais facilidade em manter atenção na terapia, já que presencialmente há muitos estímulos que tirem a atenção da pessoa.
A psicoterapia permite o autoconhecimento e reconhecimento das limitações, a partir disso a pessoa diagnosticada consegue tornar a hiperatividade em algo útil, como na prática de esportes dinâmicos, vocação profissional em áreas que demandam maior movimentação – e não um escritório fechado, enfim, estas utilizações pode inclusive contribuir com o treinamento da atenção e concentração.