A Síndrome de Wendy, assim denominada em referência à personagem leal e cuidadora de Peter Pan, é um complexo que se manifesta por meio do extremo cuidado com o parceiro e uma incessante busca por sua aprovação.
Indivíduos afetados por esse padrão tendem a negligenciar suas próprias necessidades em favor da aceitação e amor do outro, em um zelo excessivo que muitas vezes os leva a se colocarem em segundo plano.
Síndrome de Wendy
Embora seja mais comum entre mulheres, homens também podem ser afetados pela Síndrome de Wendy, embora em menor frequência. Isso pode ser atribuído a questões culturais, especialmente em sociedades que ainda perpetuam papéis de gênero tradicionais, incentivando as mulheres a desempenharem o papel de cuidadoras e protetoras.
As características principais desta síndrome incluem o medo da rejeição, insegurança, baixa autoestima, tendência a priorizar as necessidades do outro em detrimento das suas próprias, perfeccionismo, culpa excessiva e uma busca constante por aceitação.
As consequências desse padrão de comportamento são variadas e incluem problemas nos relacionamentos interpessoais, sentimentos constantes de culpa e falta de controle, além de distúrbios emocionais como ansiedade, tristeza e baixa autoestima. Muitas vezes, a presença de um “Peter Pan” na vida da pessoa afetada pode contribuir para o desenvolvimento dessa síndrome.
Tratamento psicoterapêutico
O tratamento com psicoterapia com psicólogo ou psicanalista desse quadro visa desconstruir a necessidade de ser constantemente aceito pelo outro, explorando suas origens, intensidade e resistências. Promove-se o autoconhecimento, cuidado e o reconhecimento das próprias virtudes, fazendo o paciente a se escutar e se colocar em primeiro lugar, e a aprender a dizer não quando necessário.
Além disso, é abordada a ressignificação do conceito de amor, tanto para consigo mesmo quanto para com o outro, destacando que o verdadeiro amor envolve reciprocidade, e não apenas a satisfação das necessidades alheias. A psicoterapia também busca cultivar a felicidade na solidão, demonstrando que a independência emocional é essencial para construir relacionamentos saudáveis e satisfatórios.