A função do psicanalista é um tema complexo e multifacetado, que envolve diversas abordagens e perspectivas dentro da psicanálise. Neste artigo, abordaremos algumas das principais reflexões sobre o papel do psicanalista na prática clínica.
“A presença do analista é ela própria uma manifestação do inconsciente” [LACAN, “Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (1964). Rio de Janeiro: Zahar, 2008. (O seminário, 11), p. 121].
Antes de entrarmos em detalhes sobre a função do psicanalista, é importante esclarecer alguns conceitos básicos da psicanálise. A psicanálise é uma teoria e prática clínica criada por Sigmund Freud no final do século XIX.
Neste sentido, a psicanálise se concentra no estudo do inconsciente e dos processos psíquicos inconscientes, que são entendidos como determinantes fundamentais do comportamento humano.
conflitos psíquicos
Dentro desse contexto, o profissional se dedica à prática clínica da psicanálise. O objetivo da psicanálise é ajudar o paciente a compreender e lidar com seus conflitos psíquicos inconscientes, que muitas vezes se manifestam na forma de sintomas físicos ou emocionais.
A priori, a função do psicanalista é criar um ambiente seguro e acolhedor para que o analisando possa se expressar livremente e explorar seus conflitos inconscientes. Além disso, cabe também a compreensão dos aspectos sociais e culturais que afetam a vida do paciente.
livros sobre psicanálise
Contardo Calligaris, em seu livro “Cartas a um jovem terapeuta”, enfatiza que a função do psicanalista é ajudar o paciente a se tornar mais consciente de si mesmo e de suas emoções. Calligaris destaca que o objetivo da psicanálise é ajudar o paciente a desenvolver uma relação mais saudável e autêntica consigo mesmo e com os outros.
Em resumo, podemos sintetizar que o ofício da psicanálise é ajudar o analisando a lidar com seus conflitos internos e promover novas narrativas a partir de elaborações de experiências vividas e repetidas.
desejo de analista
Para complementar a ideia da função do psicanalista, vale elencar o conceito de “desejo de analista”, sendo uma das ideias fundamentais da teoria e prática clínica da psicanálise.
Esse conceito refere-se à ideia de que o profissional deve estar comprometido com o processo terapêutico do analisando e não com seus próprios desejos e interesses pessoais.
Ou seja, o analista deve ser capaz de ouvir o paciente com empatia e sem julgamentos, oferecendo suporte e compreensão ao longo do processo.
Além disso, o psicanalista deve ser capaz de reconhecer quando suas próprias questões pessoais interferem no processo terapêutico e, assim, lidar com essas questões em sua própri análise pessoal e na supervisão clínica.
Por outro lado, deve ser capaz de compreender as relações de poder e as dinâmicas sociais que influenciam a vida do paciente, oferecendo-lhe suporte e compreensão ao longo do processo terapêutico.
No entanto, é importante ressaltar que o processo de psicanálise pode ser longo e complexo, exigindo um comprometimento do analisando e do profissional em um processo de exploração e transformação profunda.
Em conclusão, o exercício ético da função do psicanalista é fundamental na promoção da saúde mental e emocional do sujeito, ajudando-o a compreender e lidar com seus conflitos de maneira saudável e autêntica.